terça-feira, 15 de maio de 2007

Centro Cultural de Araras SP

































Cultivando uma paisagem natural exuberante e um patrimônio arquitetônico relevante, a cidade de Araras constrói sua contemporaneidade sem se desvencilhar das suas tradições históricas, respeitando o meio ambiente e investindo na qualidade de vida da população. O Concurso Nacional de Projetos para a recuperação da histórica Estação Ferroviária e implantação do Centro Cultural Municipal reflete de forma concreta tal preocupação e instiga-nos a contribuir no desenvolvimento dos valores da cidade, através da proposta que a seguir apresentaremos.A antiga Estação Ferroviária de Araras situa-se entre a Nestlé e a Avenida Ângelo Franzini, em uma área de grande potencial paisagístico. No seu entorno encontramos o Parque Municipal Dr. Fábio da Silva Prado, a Praça Barão de Araras e uma expressiva área verde existente em torno da F.E.P.A.S.A.A nossa proposta buscou, através da percepção do local e da cidade, interpretar os seus valores mais relevantes e inseri-los dentro do contexto da construção dos espaços e da linguagem arquitetônica dos novos edifícios.Uma criteriosa avaliação da vocação dos edifícios e sua compatibilização com o programa de necessidades foi determinante na elaboração do zoneamento da área.O acesso ao Centro Cultural é feito através da Avenida Nestlé. Um calçadão em pedra conduz o público e os funcionários as dependências do conjunto, enquanto uma pista lateral conduz os veículos a dois estacionamentos distintos: o primeiro para o público em geral e o segundo para funcionários da administração e abastecimento do Cyber Café.A primeira edificação, que atualmente abriga duas unidades habitacionais, pelas suas dimensões e proximidade ao acesso, foi adequada como apoio para os funcionários em geral. Próximo a ela inserimos o volume do reservatório.A biblioteca e os salões de exposição, com pé-direito elevado, ocuparam o primeiro barracão. Utilizamos forro em lambril rente a inclinação do telhado, deixando exposto e valorizando sua belíssima estrutura metálica.O segundo barracão foi eleito para receber o auditório, novamente tirando partido do alto pé-direito encontrado. Neste caso, o uso de forro com o tratamento acústico, adequou o edifício a este novo uso.A edificação dos ateliês e recepção foi concebida de forma a articular todo o conjunto arquitetônico através de passarelas em concreto “soltas” dos demais volumes. A mesma foi deslocada para o oeste de forma a evidenciar o conjunto histórico, criando uma Praça de Eventos entre os mesmos, dando continuidade a antiga passarela que interliga os edifícios da estação.Uma “casca” em concreto e alvenaria, vazada para a Praça e com ampla vista para a área verde do próprio parque e entorno, ao mesmo tempo que integra visualmente os espaços, separa fisicamente as atividades.A Praça de Eventos deverá ser utilizada para atividades de recreação, artísticas e culturais.A Administração do Centro Cultural foi inserida no edifício da Estação propriamente dita que seria a referência mais significativa do conjunto, juntamente com a plataforma de embarque/desembarque.Num primeiro momento ficamos tentados a implantar o Cyber Café numa área mais central, próximo a Praça. Entretanto, observando a localização do edifício da Estação e a disposição da Plataforma que se prolongava na direção sul, entendemos que deveríamos dar um sentido a este percurso. Revendo as fotos antigas da Estação, a imagem de um vagão parado no final da plataforma nos chamou a atenção. Era a metáfora que procurávamos. O Cyber Café seria o trem que conduziria ao futuro, através das janelas dos computadores conectados ao mundo, via internet, descortinando novas paisagens para os jovens cidadãos de Araras.


Ficha técnica:
Arquitetura: Ricardo Vidal, Oliveira Júnior e Manoel Farias
Colaborador: Michel Alexandre
Projeto: 2004
Maquete eletrônica: Michel Alexandre e Cássio Costa




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