Agradecendo à Jornalista Maria Lívia Cunha pelo contato para produção desse artigo, publicado no jornal "O NORTE" em 13/02/2011.
Maria Lívia Cunha - Lugar Certo PB/ON
15/02/2011 - O pé direito duplo ou alto, além privilegiar a estética, ajuda no conforto térmico dos ambientes
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Arquitetura: Ricardo Vidal
Maquete eletrônica: Leonardo Tavares
Posicione-se em pé no centro de um cômodo da sua casa, observe a distância entre o pavimento e o teto, a este cumprimento, arquitetos e engenheiros se referem como “pé direito”. No caso das casas de telha, o pé direito é a medida entre o chão e a parte mais baixa do telhado. Segundo o Regulamento Geral de Edificações Urbanas (RGEU), a altura mínima do teto de um imóvel deve ser de dois metros e setenta e, no caso das empresas com empregados esse número sobe para três metros.
Entre três e quatro metros e meio metros de altura, ele é considerado alto. A partir de cinco metros, leva o nome de duplo e, quando a medida chega a oito metros, é considerado triplo. Na arquitetura, o pé direito alto é um elemento tradicional e comumente relacionado ao conforto térmico dos ambientes. Para o arquiteto Ricardo Vidal, num cômodo desse tipo o ar quente, que é mais leve, tende a subir e as pessoas têm sensação de resfriamento. “Nos países de clima quente é um elemento regulador do micro-clima da edificação. Utilizado em conjunto com terraços e áreas sombreadas é um forte aliado do conforto ambiental”, ressalta.
Além da ventilação, um pé direito alto ou duplo qualifica o espaço e permite uma sensação amplitude, mas ele não é indicado para espaços estreitos. Segundo especialistas, o uso indevido desse recurso pode tornar o ambiente incoerente com a escala das pessoas e dos objetos. “O pé-direito duplo quando bem utilizado valoriza o ambiente, dando-lhe mais imponência. Por isso mesmo é um artifício secularmente utilizado”, comenta. Welber Marcolino, diretor comercial da construtora Marcolino, concorda e acrescenta ainda que, embora oneroso para as construtoras, o pé direito duplo ou triplo pode ajudar na visualização das áreas sociais de um empreendimento.
Quanto ao apelo estético, vale ressaltar que é preciso explorar as áreas livres. Para isto, o projeto poderá incluir telas ou outros objetos de arte. Em se tratando do uso do pé direito mais alto, ele pode ser empregado tanto em casas, como apartamentos e áreas comerciais. O mais importante, nesses casos, garantir a segurança com parapeitos, por exemplo.
Alguns preferem rebaixar
Pensar na faxina ou na provável necessidade de, um dia, precisar trocar as lâmpadas pode fazer o morador repensar o uso do pé direito alto. Apesar de amplamente utilizado na arquitetura moderna, para algumas pessoas, é esta dificuldade de manutenção o maior obstáculo. Nesses casos, a saída é optar por rebaixar ou nivelar o teto.
“Usa-se mais comumente o gesso, mas o forro pode ser de madeira e até de PVC que é mais prático”, comenta Ricardo. A advogada Cristina Cavalcanti optou pelo gesso, segundo ela o teto desnivelado não estava de acordo com a proposta estética da casa. “O gesso nivelou o teto, rebaixou e permitiu uma iluminação mais adequada à sala”, afirma.
Para o arquiteto, a escolha da luminária correta pode evitar uma obra desnecessária e garantir a sofisticação do recurso. “Rebaixar facilita a manutenção, algumas pessoas relatam dificuldade de trocar lâmpadas, mas, nesse caso, é uma questão de escolher bem a luminária”.
Por Maria Livia Cunha
marialiviacunha.pb@dabr.com.br
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